sábado, novembro 17, 2001

Um ponto

Ontem me vi caminhando por ruas desconhecidas, mas que por acaso me lembravam algo.
Senti o cheiro da liberdade, Oh Deus ! tem cheiro de fumaça e sol, porque desta tanto buscava , a visualizei sinistra e sedutora.
Crês que sou louco de ranger os dentes e gritar a sós. Me defino apenas como um dissílabo errante, com sonhos castrados.
A cada esquina me envolvia um prazer alternante de poder decidir um novo rumo sem regras, nem temor.
Fui tomado por um sentimento de segurança apesar de me encontrar num próprio labirinto pessoal.
Olhei para meus pés indignado por não me sentir preso a nada. Tão somente a gravidade que me puxava ao chão. Cada casa era um pouco de mim, confusões do meu ser. Trocando cores, formas e sons que resumem a fraqueza impetuosa que há em minha alma crédula. Ser humano, é ser um bairro com uma avenida onde passam situações saudosas, promessas e desejos que designam de qualquer forma o caráter, camuflado em valores que residem dentro de nós.


Sinto
Senti meu peito aperta hoje, foi uma dor no peito ou no coração?
O vento no meu cabelo aquela brisa, lembrei algo, algo que há muito, havia esquecido, algo que me fez outra, outra que há muito tempo não surgia em mim. Está dor e esta sensação ressurgirá em mim de tal maneira que até agora estou atônita...
Caminhei um pouco e sentei, vi e revi toda a minha vida passar num estante na minha frente, como num galope, ao sussurrar das folhagem, voltei a mim e percebi que estava no parque. O sol aquecia meu corpo e revigorava meus ossos ienferrujados. Levantei –me e continuei com meus pensamentos mórbidos. Parei alguns momentos para ver casais namorando com ardor ou ver crianças brincado com risos queixas.
Segui meu caminho, todas as manhas, me forço a levanta ir ao parque, é algo que até se tornou um hábito, quando me dou por mim já estou no sentada num banco frio de cimento. Notei nos últimos meses que me acostumo com tudo, menos com esse sentimento de perda e está nostalgia. Se passaram cinco anos e ainda sinto sua falta. A tarde vêem chegando e eu aqui , desta sacada olho as pessoas na rua, tão cheias de
De vida indo e vindo de algum lugar, parecem formigas agitadas sempre tendo o que fazer, sem sentimento sem saudade, só de lá para cá, quando o telefone toca resisto um pouco para atender. sim tenho amigos, me visitam na sexta,
acho que alguém vem por aqui. aquela dor?! Descobri é saudade, se perguntam se sou feliz respondo que sim, tenho lembranças que me alegram ao anoitecer. Que bom que você se lembrou e resolveu pergunta. Isto me aquece o coração, para te agradar vou se gentil, quer jantar comigo hoje.?


Corcel

O frio rachante quebra a harmonia dos pensamentos ao bater em meu rosto.
Vejo o dia amanhecendo pelo pára-brisa, sinto nostalgia que dentro de meu peito me coroí.
Vou indo por essa estrada que no final eu nunca sei onde vai dar, o céu esta coberto de nuvens
Que as vezes formam imagens engraçadas. É possível ri da próprio solidão? mas sempre há a
Companhia do meu carro. Eu estou acostumado a partir não tenho pouso certo, estou em todo lugar
Em lugar nenhum. Ouço o blue’s de Billy Holliday e passo a crer que sou eterno como essas
Montanhas, mas não tão rígidos quanto elas. A viagem é longa e pela primeira vez me sinto
Cansado de viver assim, o que há comigo? Certa vez uma mulher me falou que dentro de minha
Carcaça não havia coração e eu nunca saberia o que era amar; hoje percebo que ela estava certa, não posso me prender a nada, tudo morre ao meu redor. As coisas me tocam, mas não permanecem.
Há momentos guardados no fundo da minha memória, porém estão tão distante que não tem porque busca-los. Existe uma nova cidade a minha espera , tudo vai recomeçar, um vazio toma conta de mim.
Porque essa agonia não passa?