sábado, novembro 17, 2001



Corcel

O frio rachante quebra a harmonia dos pensamentos ao bater em meu rosto.
Vejo o dia amanhecendo pelo pára-brisa, sinto nostalgia que dentro de meu peito me coroí.
Vou indo por essa estrada que no final eu nunca sei onde vai dar, o céu esta coberto de nuvens
Que as vezes formam imagens engraçadas. É possível ri da próprio solidão? mas sempre há a
Companhia do meu carro. Eu estou acostumado a partir não tenho pouso certo, estou em todo lugar
Em lugar nenhum. Ouço o blue’s de Billy Holliday e passo a crer que sou eterno como essas
Montanhas, mas não tão rígidos quanto elas. A viagem é longa e pela primeira vez me sinto
Cansado de viver assim, o que há comigo? Certa vez uma mulher me falou que dentro de minha
Carcaça não havia coração e eu nunca saberia o que era amar; hoje percebo que ela estava certa, não posso me prender a nada, tudo morre ao meu redor. As coisas me tocam, mas não permanecem.
Há momentos guardados no fundo da minha memória, porém estão tão distante que não tem porque busca-los. Existe uma nova cidade a minha espera , tudo vai recomeçar, um vazio toma conta de mim.
Porque essa agonia não passa?

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